"ex"-melhor amiga.

Acho que nem a quantidade de chuva que cai (muita mesmo) demonstra o mal que me sinto. Eu bem que sorrio, vá, tento sorrir, tento esconder a minha tristeza. Mas sabes? Quando é muita, bem que posso tentar, mas não a consigo esconder. De cada vês que fecho os olhos só apareces tu com os teus olhinhos azuis sempre com uma pontinha de tristeza que eu tentava sempre apagar. De cada vez que fecho os olhos apareces tu a sorrir-me, aparecemos nós a sorrir, a rir das piadas mais secas que há, aparecemos nós juntas, aparecemos nós a discutir, aparecemos nós, por mais defeitos que existissem nós estávamos juntas! Apesar de todos os erros que cometias, de todas as cenas estúpidas, de todas as brigas infantis, nós acabávamos sempre por ficar juntas outra vez. Não sei, o sofrimento por mais que eu tente não sai, por mais que tente ele não se vai embora para longe daqui. Por momentos cheguei a pensar que a minha vida estava finalmente completa, mas agora, agora que foste, falta-me a peça mais essencial no meu puzzel. Porque tu podias ter imensos defeitos, podias não acreditar sempre em mim com a maior facilidade, podias gostar de todos ao mesmo tempo e eu não gostar nada disso, podias ter vergonha às vezes para contar qualquer coisa, podias achar-me tona, podias , sei lá, podias ter como és, mas eu aceitava-te assim. E por mais discussões, nós acabávamos sempre por fazer as pazes, lembras-te? Ai sem lá, sinto a falta do teu abraço forte, e das tuas palavras reconfortantes. Podias não ser perfeita, mas eras o suficiente para mim, aquilo que eu precisava mesmo. Se queres ir embora vai, mas tenho a certeza que já não me amas se fores, e começo a ter dúvidas muito fortes e persistentes de que nunca me amaste. Agora nunca duvides de que eu te amei, e que te amo, até porque se não te amasse estava feliz da vida. Nem nunca vou esquecer nada, ao contrário de ti.